segunda-feira, 24 de junho de 2013

Sem título

Postado por Angela Bernardino às 05:51


 Por: Denise Jocasta

Ana estava com uma tremenda dor de dente, resolveu então ir ao dentista. Há tempos aquela dor incomodava, mas como se tratava de uma dor quase imperceptível Ana foi deixando o tempo passar sem imaginar as futuras conseqüências... Que chegaram...

            Quantos transtornos foram enfrentados por Ana para conseguir agendar a consulta com o dentista municipal, enquanto sua dor de dente só aumentava! Até que ela conseguiu...

            No dia da consulta Ana era consumida pela ansiedade: “Até que enfim alguém poderá me ajudar”, pensava ela. Mal sabia o que lhe esperava...

            Ao entrar no consultório, o dentista perguntou a ela o motivo da consulta, e no meio da resposta de Ana o celular dele toca... Ana não estava acreditando... Além de atrasado, o dentista estava em uma ligação na sua frente! Naquele momento que estava reservado para ela!

            Ana se sentiu arrasada, pois a única pessoa que poderia ajudá-la não estava se importando com ela... Será que alguém poderia entender aquele sentimento? Acho que não. Todos podem ter tido dores de dente, mas cada dor é de um jeito, e em cada pessoa também! A causa até pode ser a mesma em diversas pessoas, mas a dor, ah, essa nunca será igual! Ela pode ser maior e até menor, mas igual? Ah, isso não! Então, como alguém poderia entender o que Ana sentiu naquele momento em que a única pessoa que poderia ajudá-la estava mais preocupada com uma ligação?

            O que mais impressionava Ana era a naturalidade do dentista ao celular, ele não via problema algum em estar agindo daquela forma, afinal, não era ele quem estava sentindo aquela dor de dente quase insuportável...

            Quando finalmente Ana foi ouvida e atendida, o dentista “cutucou” o dente dela com um instrumento qualquer e disse a ela que retornasse na próxima semana, pois não poderia naquele momento solucionar o problema de Ana e receitando-a um “remedinho” para aliviar a dor.

            Na semana seguinte, o dentista se esqueceu do horário em que Ana havia agendado e só foi atendê-la quando a secretária ligou para ele. Já havia se passado meia hora, e Ana continuava a esperar até que ele chegou...

            “E como você está Ana? Sua dor de dente aliviou?” perguntou o dentista. Ana disse que sim, afinal, o remédio havia amenizado a dor, mas o problema ainda não havia sido solucionado. Mais uma vez Ana voltou para casa e ficou aguardando pela próxima consulta.

            Ana já não via esperança, mas foi novamente ao dentista, dessa vez o atraso foi dela. Mas, quisera ela ser esperada! Porque não foi! O dentista novamente não se lembrava de ter agendado com Ana e estava participando de uma confraternização com os demais funcionários do consultório odontológico municipal. Ana o cumprimentou e ele disse a ela: “posso te atender na próxima semana?”

            Ana fazia esforços para ir às consultas e não conseguia ser atendida como gostaria. Insatisfeita ela respondeu que não, mas vendo a má vontade do dentista disse que era melhor não atendê-la mesmo naquele momento. O dentista disse que ela poderia procurar outro profissional que poderia extrair o dente que estava doendo. Ana agradeceu e foi embora pensando: “E se fosse meu coração que estivesse doendo, eu também deveria procurar um ‘profissional’ para arrancá-lo?”...

1 comentários:

Anônimo disse...

Para arrancá-lo não, mas para tentar curá-lo. Bem, não sei quais as condições que a impediam de procurar outro “doctor”. Ana percebeu o descaso do dentista logo na primeira consulta, e nas seguintes ela teve a certeza de que ele não dava à mínima. No entanto, insistiu em continuar voltando a esse consultório. Triste! :/
Gostei de texto!! Congratz! <3

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