Por: Denise Jocasta
Ana estava com uma tremenda dor de dente, resolveu
então ir ao dentista. Há tempos aquela dor incomodava, mas como se tratava de
uma dor quase imperceptível Ana foi deixando o tempo passar sem imaginar as
futuras conseqüências... Que chegaram...
Quantos
transtornos foram enfrentados por Ana para conseguir agendar a consulta com o
dentista municipal, enquanto sua dor de dente só aumentava! Até que ela
conseguiu...
No
dia da consulta Ana era consumida pela ansiedade: “Até que enfim alguém poderá
me ajudar”, pensava ela. Mal sabia o que lhe esperava...
Ao
entrar no consultório, o dentista perguntou a ela o motivo da consulta, e no
meio da resposta de Ana o celular dele toca... Ana não estava acreditando...
Além de atrasado, o dentista estava em uma ligação na sua frente! Naquele
momento que estava reservado para ela!
Ana
se sentiu arrasada, pois a única pessoa que poderia ajudá-la não estava se
importando com ela... Será que alguém poderia entender aquele sentimento? Acho
que não. Todos podem ter tido dores de dente, mas cada dor é de um jeito, e em
cada pessoa também! A causa até pode ser a mesma em diversas pessoas, mas a
dor, ah, essa nunca será igual! Ela pode ser maior e até menor, mas igual? Ah,
isso não! Então, como alguém poderia entender o que Ana sentiu naquele momento
em que a única pessoa que poderia ajudá-la estava mais preocupada com uma
ligação?
O
que mais impressionava Ana era a naturalidade do dentista ao celular, ele não
via problema algum em estar agindo daquela forma, afinal, não era ele quem
estava sentindo aquela dor de dente quase insuportável...
Quando
finalmente Ana foi ouvida e atendida, o dentista “cutucou” o dente dela com um
instrumento qualquer e disse a ela que retornasse na próxima semana, pois não
poderia naquele momento solucionar o problema de Ana e receitando-a um
“remedinho” para aliviar a dor.
Na
semana seguinte, o dentista se esqueceu do horário em que Ana havia agendado e
só foi atendê-la quando a secretária ligou para ele. Já havia se passado meia
hora, e Ana continuava a esperar até que ele chegou...
“E
como você está Ana? Sua dor de dente aliviou?” perguntou o dentista. Ana disse
que sim, afinal, o remédio havia amenizado a dor, mas o problema ainda não
havia sido solucionado. Mais uma vez Ana voltou para casa e ficou aguardando
pela próxima consulta.
Ana
já não via esperança, mas foi novamente ao dentista, dessa vez o atraso foi
dela. Mas, quisera ela ser esperada! Porque não foi! O dentista novamente não
se lembrava de ter agendado com Ana e estava participando de uma
confraternização com os demais funcionários do consultório odontológico
municipal. Ana o cumprimentou e ele disse a ela: “posso te atender na próxima
semana?”
Ana
fazia esforços para ir às consultas e não conseguia ser atendida como gostaria.
Insatisfeita ela respondeu que não, mas vendo a má vontade do dentista disse
que era melhor não atendê-la mesmo naquele momento. O dentista disse que ela
poderia procurar outro profissional que poderia extrair o dente que estava
doendo. Ana agradeceu e foi embora pensando: “E se fosse meu coração que
estivesse doendo, eu também deveria procurar um ‘profissional’ para arrancá-lo?”...
1 comentários:
Para arrancá-lo não, mas para tentar curá-lo. Bem, não sei quais as condições que a impediam de procurar outro “doctor”. Ana percebeu o descaso do dentista logo na primeira consulta, e nas seguintes ela teve a certeza de que ele não dava à mínima. No entanto, insistiu em continuar voltando a esse consultório. Triste! :/
Gostei de texto!! Congratz! <3
Postar um comentário
Deixe seu comentário.